Havia também uma pequena caixa de sapatos cheia de conchas, cada uma representando uma viagem diferente à praia com seu pai. As mãos de Mark tremiam quando ele passava os dedos sobre as bordas irregulares, a superfície fria evocando lembranças de água salgada, castelos de areia e o som suave das ondas quebrando.
E no fundo da caixa, escondido como se estivesse em um lugar especial, estava seu velho ursinho de pelúcia, o Sr. Cuddles. Mark tirou o bicho de pelúcia da caixa, com os olhos marejados. O urso gasto, com o olho faltando e o pelo desbotado, guardava a inocência de sua infância em seus pontos. Mark se lembrou das incontáveis noites em que se agarrou ao Sr. Cuddles, sussurrando segredos na orelha flexível do urso, confiando a ele seus medos mais profundos e seus sonhos mais loucos.
À medida que Mark se aprofundava na caixa, o invólucro protetor que ele havia construído cuidadosamente em torno de seus sentimentos pelo pai começou a se romper. Cada objeto era uma prova do amor de seu pai, um amor que Mark começou a questionar diante do desaparecimento repentino de Richard. A sala se encheu com o eco do passado, sussurrando histórias de uma época mais simples, de laços entre pai e filho e risadas compartilhadas.
A cada item que ele descobria, as emoções de Mark aumentavam. Um amálgama de alívio, tristeza, amor e uma pitada de ressentimento fluía e refluía dentro dele, chocando-se contra seu exterior estóico como ondas contra um penhasco. Era um contraste gritante com a dúvida e a suspeita que ele havia nutrido em relação à vida secreta de Richard. As lembranças eram um testemunho inesperado de sua história compartilhada, uma confissão silenciosa do amor de Richard.