Mark embalou o Sr. Cuddles em seus braços, o pelo macio absorvendo as lágrimas silenciosas que escorriam pelo seu rosto. Cada descoberta era um lembrete de que seu pai se preocupava com ele, o amava e o mantinha por perto, mesmo em sua ausência.
A realidade da existência dupla de seu pai forçou Mark a refletir sobre seu julgamento. Será que o homem que preservou com amor esses vestígios do passado compartilhado por eles poderia ser o mesmo homem que havia desaparecido sem dizer uma palavra, deixando-o sozinho em um mundo de incertezas?
Ele não tinha mais certeza em que acreditar, mas a presença das lembranças de sua infância pintou uma imagem diferente de Richard, uma imagem que Mark estava disposto a explorar. Ele decidiu se aprofundar no mistério, buscar a verdade por trás do homem que era seu pai. Por enquanto, ele era apenas um filho vasculhando o passado, agarrando-se à esperança de compreensão e aceitação.
Atrás do último cadeado havia uma porta, quase imperceptível entre o resto das paredes nuas do depósito. Mark hesitou por um momento antes de girar a chave e abri-la. Uma visão desconhecida, porém cativante, o aguardava. Um cômodo secreto, intocado há anos, repleto de resquícios de uma vida que sussurrava histórias de aventura e intelecto.