Uma sensação de admiração misturada a uma tristeza inexplicável envolveu Mark. Esse quarto era um testemunho das buscas intelectuais e das paixões ocultas de seu pai, uma parte de Richard que Mark nunca havia conhecido.
O choque e a descrença dessa descoberta foram avassaladores. Esse não era o Richard de que ele se lembrava, o homem que contava histórias para dormir e treinava seus jogos da liga infantil. Esse era Richard, o explorador, o estudioso, o cartógrafo. Essa sala deu vida às histórias que seu pai costumava lhe contar sobre aventureiros marítimos e as terras que descobriam, histórias que ele achava que eram apenas contos imaginativos para fazê-lo dormir.
Com cuidado, ele pegou um documento e seus dedos traçaram as palavras e os desenhos cuidadosamente inscritos. Era um mundo diferente, um mundo secreto que Richard havia mantido escondido de todos, até mesmo de seu próprio filho.
Por quê? Mark se viu fazendo essa pergunta repetidas vezes. Por que o segredo? Por que o isolamento? E, o mais importante, por que a partida repentina?
Lágrimas brotaram nos olhos de Mark quando ele percebeu a profundidade do abismo entre ele e a vida secreta de seu pai. Ele sentiu uma sensação aguda de perda, não apenas pelo pai que conhecia, mas pelo homem que agora estava começando a entender.